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Comunicado de imprensa: Para os data centers, a perturbação causada pela pandemia também foi um catalisador para a digitalização. Felizmente, grande parte da tecnologia necessária durante a pandemia já existia e era apoiada por centros de dados e infraestruturas de telecomunicações.

A crise causou uma rápida adoção destas novas tecnologias e acelerou o desenvolvimento contínuo. Mas o mais importante é o facto de a mudança ocorrida ser provavelmente irreversível. Quando você remove o catalisador, não significa que as alterações ocorridas voltarão. E a crescente dependência dos centros de dados (e, claro, da infra-estrutura de telecomunicações que os liga) é algo que veio para ficar.

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Mas este desenvolvimento também traz consigo problemas. O aumento constante na demanda por dados é coisa do passado. As nossas economias e a sociedade como tal necessitam de dados precisamente ao mesmo tempo que precisamos de reduzir o consumo de energia para enfrentar a crise climática. Mas os megabits não existem sem os megawatts, por isso é evidente que, com o aumento da procura de dados, o consumo de energia também aumentará.

Data centers em tempos de mudança energética

Mas como poderá este sector cumprir ambos os objectivos, que são contraditórios? Encontrar uma solução será a principal tarefa do sector energético e do sector dos data centers nos próximos cinco anos. Além disso, a electrificação também se aplica aos sectores da indústria, dos transportes e também do aquecimento. As exigências sobre o consumo de energia aumentarão e os centros de dados poderão resolver problemas de como obter energia a partir de novas fontes.

A solução é aumentar a produção de energia renovável, não só para ter energia suficiente, mas também para reduzir o consumo de energia proveniente de combustíveis fósseis. É uma situação desafiadora para todos, não apenas para os data centers. Os operadores de redes energéticas terão uma tarefa particularmente difícil, ou seja, aumentar o fornecimento de energia, mas ao mesmo tempo encerrar centrais eléctricas alimentadas a combustíveis fósseis.

Esta situação pode criar pressão adicional sobre as entidades comerciais. Os governos de cada país terão, portanto, a difícil tarefa de tomar decisões importantes sobre como a energia é produzida, gerida e a quem é dada prioridade ao consumo. Dublin, na Irlanda, tornou-se um dos centros de dados da Europa, e os centros de dados consomem cerca de 11% da capacidade total da rede, e espera-se que esta percentagem aumente. A relação entre data centers e o segmento de energia é muito complexa e exige novas decisões e regras. A situação da Irlanda também se repetirá noutros países.

Capacidade limitada trará mais controle

Os players do segmento de data centers – desde grandes empresas e operadoras de tecnologia até proprietários de imóveis – estão acostumados a ter energia quando precisam. Contudo, à medida que a necessidade noutros sectores também aumenta, inevitavelmente ocorrerá uma avaliação do consumo dos data centers. O desafio para o data center não será mais a eficiência, mas sustentabilidade. Novas abordagens, novos designs e também a forma como os data centers funcionam estarão sob escrutínio. O mesmo acontecerá com o setor das telecomunicações, cujo consumo de energia é muitas vezes superior ao dos data centers.

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Dependemos de dados e os dados dependem de energia. Mas em breve haverá uma grande disparidade entre o que queremos e o que precisamos. Mas não precisamos ver isso como uma crise. Pode ser um motor para aumentar o investimento e acelerar a inovação. Para a rede, isto significa novos projetos privados de energia renovável de que tanto necessitamos.

Uma oportunidade para estreitar a relação entre dados e energia

Estão a abrir-se oportunidades para novas abordagens e novos modelos. Para os data centers, isso significa criar um novo relacionamento com o setor energético e passar de consumidor a parte de uma rede que fornece serviços, capacidade de armazenamento de energia e até produz energia.

Dados e energia convergirão. Os data centers não apenas oferecerão resposta de frequência, mas também se tornarão um fornecedor direto e flexível para a rede. A ligação de setores poderá assim tornar-se a principal estratégia para os data centers em 2022.

Já podemos ver a partir do final de 2021 primeiros vislumbres de como poderia ser. Até ao final de 2022, a relação entre os data centers e o setor energético será completamente reescrita e assistiremos ao surgimento de novas possibilidades para os data centers se tornarem parte da solução para a transição para fontes renováveis.

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